STF tenta impedir influência de Bolsonaro em investigações na Corte
Supremo quer evitar que ministro a ser indicado pelo presidente em novembro herde o inquérito que apura a tentativa de Bolsonaro de interferir na PF
Por Luísa Martins — De Brasília
29/04/2020 05h01 Atualizado há 4 horas
Auxiliares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam haver formas de impedir que o ministro a ser indicado em novembro pelo presidente Jair Bolsonaro herde o inquérito que apura a sua tentativa de interferir indevidamente em investigações da Polícia Federal (PF).
O relator do caso é o ministro Celso de Mello, que se aposenta em 1º de novembro ao completar 75 anos, abrindo uma nova vaga no tribunal. Foi ele quem autorizou, anteontem, a abertura do inquérito contra Bolsonaro, após as declarações feitas pelo ex-juiz Sergio Moro ao demitir-se do Ministério da Justiça.
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“A suspeição, se não for declarada pelo ministro por livre iniciativa, poderá ser arguida junto ao Supremo em até cinco dias após a distribuição. É difícil que isso não aconteça, diante da polarização do país”, afirma a advogada constitucionalista Vera Chemim, mestre em direito público administrativo.