Justiça libera telemarketing para fazer ligação sem consentimento

Justiça libera gigante de telemarketing para fazer ligação sem consentimento de consumidor

Decisão favorece Atento, uma das maiores empresas do setor. Senacon havia determinado que oferta de serviços e produtos só poderia ser feita a quem autorizasse

A Justiça concedeu à Atento, uma das maiores empresas de telemarketing em atuação no Brasil, o direito de ligar para o consumidor para oferecer produtos e serviços sem que ele tenha dado consentimento prévio para a chamada.

Apesar de reconhecer o excesso das chamadas e o incômodo causado por elas, a decisão liminar suspende parcialmente a determinação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), de julho deste ano, que notificou 180 empresas por ligações abusivas e proibiu o chamado “telemarketing ativo” (aquele que tem a venda como objetivo) sem a prévia autorização.

O juiz Paulo Ricardo de Souza Cruz, da 5ª Vara Feral Cível, no entanto, determina que a empresa cumpra as regras da Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel) sobre o tema.

Entre as normas previstas pela agência está a identificação das chamadas de telemarketing pelo prefixo 0303 e que as ligações sejam realizadas de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábados, das 10h às 16h.

– A decisão reconhece o excesso no telemarketing, que abusos que são cometidos. E, são eles que precisam ser solucionados, com ou sem decisões judiciais. A autorização do consumidor é a chave para o equilíbrio. Trata-se de um direito básico, a liberdade de escolha. É quando todos ganham. Se a oferta for interessante, os consumidores autorizarão a ligação. Se elas não representarem qualquer ganho, ficaria um incentivo para ofertas mais adequadas – ressalta Ricardo Morishita, professor do nstituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) .

As novas possibilidades abertas pelo 5G

Fabíola Meira de Almeida Breseghello, advogada, doutora em Relações do Consumo, que atua pelo lado das empresas diz que a decisão apesar de ter sido proferida em beneficio da Atento, é de suma relevância para o mercado:

– Além da legislação não exigir o consentimento do consumidor para fins de telemarketing ativo, o despacho da Senacon, não observou o devido processo legal ao determinar a suspensão das atividades das empresas em sede cautelar, bem como não restou demonstrada a adequação da medida imposta, tendo em vista que os consumidores tem total e plena liberdade de se inscreverem nas listas de bloqueio de telemarketing – destaca Fabíola.

A Anatel tem atuado para combater ligações abusivas. Na última terça-feira, a reguladora editou novas medidas que determinam o monitoramento de chamadas curtas pelas operadoras de telefonia e a suspensão do serviço às empresas que realizam mais de cem mil chamadas deste perfil por dia.

O novo regramento prevê multa de até R$ 50 milhões que podem ser aplicada às operadoras, assim como as empresas que originam as ligações.

O Ministério da Justiça criou um canal específico para denunciar empresas que insistem na prática telemarketing abusivo o denuncia-telemarketing.mj.gov.br.

Procuradas, a Atento e a Senacon ainda não retornaram o contato.

Fonte: O Globo


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