Logo Estadão

Caso Nikolas Ferreira: André Mendonça será relator de notícias-crime contra deputado no STF

Logo Estadão

Caso Nikolas Ferreira: André Mendonça será relator de notícias-crime contra deputado no STF

Pastor evangélico, ministro indicado à Corte pelo ex-presidente Jair Bolsonaro foi definido por sorteio e vai analisar ações; filhos do ex-chefe do Executivo apoiaram discurso transfóbico de deputado mineiro

 

Por Natália Santos

Atualização: 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) é alvo de três notícias-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) por transfobia após o seu discurso na tribuna da Câmara dos Deputados no Dia Internacional da Mulher. Utilizando uma peruca loura, o parlamentar se apresentou como “deputada Nikole” para dizer que o lugar das mulheres está sendo “roubado” por “homens que se sentem mulheres”. Ele também ironizou o movimento por igualdade de direitos das mulheres e defendeu que elas “retomem sua feminilidade concebendo filhos e casando”.

As três notícias-crime terão o ministro André Mendonça como relator. A primeira petição, da bancada do PSOL, foi distribuída de forma comum (por sorteio); a segunda – assinada pela Aliança Nacional LGBTI e a Associação Brasileira de Família Homoafetivas (ABRAFH) – e a terceira – liderada pela deputada Tabata Amaral (PSB-SP), entretanto, foram direcionadas à Mendonça por prevenção. Isso acontece quando mais de um pedido tem algum tipo de conexão.

Mendonça foi indicado à Corte pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem relação de proximidade com Nikolas. Após o discurso, o parlamentar mineiro recebeu apoio dos filhos de Bolsonaro. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o discurso foi “excelente” e ainda afirmou “nem todo mundo fica à vontade de bater foto quando tem um trans no meio e dizer que aquela foto é só de mulheres”. O filho 04, Jair Renan, classificou a fala de Nikolas como “incrível”.

Durante o discurso, Nikolas infringiu a Lei 7.716/1989, que dispõe sobre crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Há dois anos, a mesma legislação vale para casos de homofobia e transfobia após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o artigo 20 do documento, é crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Como mostrou o Estadão, o julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal pode resultar na perda de mandato do parlamentar. “Dependendo da pena aplicada pelo STF, ele pode, inclusive, ter a perda de mandato determinado como efeito da condenação”, afirma o advogado criminalista Rodrigo Faucz. Isso se dá pelo fato de que, segundo o Artigo 92 do Código Penal, a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo pode ocorrer quando “aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos”.

Natural de Minas Gerais, Nikolas Ferreira se tornou o deputado federal mais votado do País nas últimas eleições. Filiado ao PL, o jovem que recebeu quase 1,5 milhão de votos é apoiador de Bolsonaro e próximo dos filhos do ex-presidente. Essa aproximação, no entanto, não se restringe apenas à amizade. Durante a pandemia, o parlamentar seguiu a mesma linha do ex-chefe de Estado e tentou revogar a lei que obrigava o uso de máscaras em espaços públicos em Belo Horizonte.

Fonte: Estadão 


Posts relecionados

Autor de SAs simplificadas vê momento econômico ímpar

Consultor Jurídico entrevista Walfrido Warde, autor da proposta de regime jurídico das sociedades...

Deputados do PSL gastam verba com firmas fantasmas

Dr. Saulo Stefanone Alle, especialista em direito público, avalia que contratar uma empresa...

Fale conosco

Endereço
Rua Wisard, 23 – Vila Madalena
São Paulo/SP
Contatos

(11) 3093 2021
(11) 974 013 478