Novas regras do trabalho entrarão em vigor em menos de 30 dias

Novas regras do trabalho aos domingos e feriados entrarão em vigor em menos de 30 dias

A partir de 1º de julho de 2025, o trabalho no setor do comércio aos domingos e feriados passará a ser regulamentado por novas diretrizes estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A principal mudança é que a autorização para o expediente nesses dias deverá ser definida por meio de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com exceção das feiras livres. Essa alteração visa formalizar as condições de trabalho por meio de negociações coletivas, envolvendo diretamente os sindicatos.

Essa nova regulamentação, estabelecida pela Portaria nº 3.665/2023, foi criada em resposta a reclamações de sindicatos que apontavam desrespeito à legislação trabalhista vigente. Antes, a Portaria MTE nº 671/2021 permitia maior flexibilidade, possibilitando que empregadores e empregados decidissem sobre o trabalho aos domingos e feriados através de acordos individuais, sem a necessidade de intervenção sindical.

A nova portaria exige que qualquer autorização para trabalho no comércio aos domingos e feriados seja realizada exclusivamente por meio de instrumentos coletivos. Isso significa que as empresas precisarão negociar com os sindicatos para definir as condições de trabalho nesses dias. O objetivo é garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que as condições sejam justas para ambas as partes.

Entretanto, essa mudança também traz desafios. Segundo especialistas, como André Blotta Laza, sócio da área trabalhista do escritório Machado Associados, a nova regulamentação pode tornar as operações comerciais mais rígidas. Isso ocorre porque as empresas terão menos flexibilidade para ajustar suas operações de acordo com as demandas específicas do setor, o que pode resultar em aumento de custos e, consequentemente, nos preços dos produtos e serviços oferecidos ao consumidor final.

Como a nova regulamentação afeta o setor comercial?

O impacto da nova regulamentação no setor comercial pode ser significativo. A necessidade de negociação coletiva pode aumentar o tempo e os custos associados à definição de condições de trabalho, especialmente para empresas que operam em múltiplas localidades com diferentes sindicatos. Além disso, a rigidez nas negociações pode limitar a capacidade das empresas de responder rapidamente às mudanças no mercado e nas demandas dos consumidores.

Por outro lado, a regulamentação pode fortalecer a posição dos trabalhadores, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e que seus direitos sejam protegidos. Isso pode resultar em melhores condições de trabalho e maior satisfação entre os empregados, o que, a longo prazo, pode beneficiar as empresas por meio de uma força de trabalho mais motivada e produtiva.

O que esperar no futuro?

Com a implementação da Portaria nº 3.665/2023, espera-se que o setor do comércio passe por um período de adaptação. As empresas precisarão desenvolver estratégias para negociar eficazmente com os sindicatos e garantir que suas operações continuem eficientes e competitivas. Ao mesmo tempo, os sindicatos terão a responsabilidade de representar os interesses dos trabalhadores de forma justa e equilibrada.

Em última análise, o sucesso dessa nova regulamentação dependerá da capacidade de empregadores e sindicatos de trabalharem juntos para encontrar soluções que atendam às necessidades de ambas as partes. Isso pode abrir caminho para um ambiente de trabalho mais colaborativo e sustentável no setor do comércio.

Leia em Monitor do Mercado


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