CEO do Lide China diz que cabe ao Brasil buscar melhor relação com país

CEO do Lide China diz que cabe ao Brasil buscar melhor relação com país

Afirma que chineses querem ouvir

Grupo aproxima os empresários

PAULO SILVA PINTO

O advogado José Ricardo Luz, 40 anos, CEO do Lide China, afirma que o governo e os empresários brasileiros precisam “fazer a lição de casa”. Devem buscar vantagens no comércio com o país asiático e em outras áreas, como investimentos.

Segundo Luz, o governo chinês está disposto a comprar produtos com maior valor agregado. Também quer investir mais em infraestrutura. O plano 2022-2031 será discutido em breve.

Habituado a viajar 3 vezes por ano para a China, Luz não foi par ao país nenhuma vez em 2020. Espera que as viagens de negócios de brasileiros para  o país asiático sejam retomadas até o fim deste ano.

Assista à íntegra da entrevista de Luz ao Poder360 (39min20s):

A seguir, trechos da entrevista:

  • relação bilateral – “Desde o início do governo Bolsonaro, o Brasil tem feito muitas críticas à China. Mas sabemos que é uma relação de interdependência e de benefícios mútuos. Nos últimos 10 anos, a China investiu US$ 80 bilhões no Brasil. Em 2019, comprou 80% da soja brasileira”;
  • acenos – “Houve uma importante reunião do vice-presidente Mourão em visita à China em maio de 2019. Em outubro, o presidente Bolsonaro fez uma visita ao país com uma grande comitiva e apresentou o leilão de petróleo. A China participou e venceu com a Petrobras. Em abril deste ano, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, mencionou que o momento é de construir pontes. Foi uma frase de grande efeito para os chineses”;
  • maior conteúdo agregado – “O Brasil exporta mais produtos de valor agregado para os EUA. Para a China, basicamente commodities. São 4 pilares: soja, minério de ferro, petróleo e celulose. Não vende muita proteína animal, ao contrário do que muitos acham. Isso pode ser alterado. O próprio governo chinês reconhece que a pauta de exportações não é equilibrada. Está disposto a ouvir alternativas”;
  • relações Brasil-EUA – “As importações e exportações entre China e Brasil somaram R$ 100 bilhões em 2018 e também em 2019. Com os EUA, foi de US$ 58 bilhões em 2018 e de US$ 59 bilhões em 2019. A diferença entre o 1º e o 2º parceiro comercial do Brasil é muito grande”,
  • 5G – “O que está em definição é se a Huawei e a ZTE, empresas chinesas, poderão participar do leilão que haverá no 1º trimestre de 2021 no Brasil. Não é uma questão só tecnológica. O Brasil tem que olhar os interesses nacionais e fugir das ideologias políticas”;
  • preferência – “É muito importante que esse diálogo seja aprofundado e que a oportunidade seja dada também às empresas chinesas. São vários órgãos envolvidos, incluindo o GSI e o MRE (Ministério das Relações Exteriores), que têm uma  ideologia próxima dos EUA”;
  • espionagem – “Seguramente a Anatel elaborará  todos os protocolos para evitar a vulnerabilidade”;
  • risco se Huawei e ZTE forem barradas – “A China pode procurar outros parceiros para desenvolver essa relação no agribusiness. O Brasil vende commodities que podem ser fornecidas por outros na América Latina”,
  • efeito da covid-19 – “Acredito que houve prejuízo forte à imagem da China em todo o mundo. Houve elogios no aspecto do que o governo chinês fez para combater a pandemia, o lockdown. A China tentou e tem tentado empreender diversos esforços mandando toneladas de equipamentos médicos e equipes para 26 países. Acredito que a China tem sido uma potência no sentido de solidariedade e combate a pandemia que é 1 inimigo comum, não tem nacionalidade.

https://www.poder360.com.br/economia/ceo-do-lide-china-diz-que-cabe-ao-brasil-buscar-melhor-relacao-com-pais/


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