
Antecipar pagamento de heranças vira negócio para gestoras
Buriti planeja captar R$ 200 milhões em fundo para dar liquidez a espólios
Por Adriana Cotias — De São Paulo
12/01/2024 05h02 Atualizado há 2 horas
Uma tese nova no Brasil tem chamado a atenção de vários setores sobre heranças, sobretudo o de gestão de recursos. Crescem as tentativas de resolver uma questão comum entre herdeiros de grandes espólios, com inventários que muitas vezes ficam travados e se arrastam durante anos por falta de liquidez ou por eventuais litígios entre os sucessores.
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Nesse contexto, a Buriti Investimentos, gestora fundada no fim de 2022 pelos ex- Singulare (antiga Socopa) Marcelo Varejão, Sabrina Molina e Nicolas Takeo, começou a modelar em parceria com o Chiarottino e Nicoletti Advogados um fundo dedicado a direitos hereditários. O plano é captar cerca de R$ 200 milhões num primeiro veículo para antecipar a liquidez de espólios já mapeados pelo escritório, que em seu conjunto reúnem bens da ordem de R$ 2,5 bilhões.
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“Até que os ativos sejam transformados em bens, especialmente imóveis em fundos imobiliários ou em FIP [de participações em empresas], trataríamos os direitos hereditários como creditórios”, diz o advogado Leandro Chiarottino, referindo-se à estrutura que pretende usar com a Buriti, de um fundo de recebíveis (FIDC). Especializado em planejamento de riquezas, ele afirma que a ideia surgiu de interações com gestoras estrangeiras que se dedicam a resolver questões associadas a direitos sucessórios de famílias ultrarricas.
Em países desenvolvidos, onde o imposto sobre heranças é bastante salgado – na França chega a 50% do espólio, e em alguns estados nos EUA, a 70% -, esse tipo de estrutura se tornou conhecida nos círculos jurídico e de gestão patrimonial. “É onde falta dinheiro que uma injeção de capital traz os maiores resultados práticos para os investidores”, diz Chiarottino.
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