
Alta da Selic eleva em 160% gasto do BC com operações compromissadas
Para economistas, redução do custo do instrumento passa pela questão fiscal
Por Guilherme Pimenta e Larissa Garcia — De Brasília
Com a escalada da taxa Selic para o atual nível de 13,75% anuais, o Banco Central (BC) mais que dobrou os gastos com juros pagos aos bancos com o uso das operações compromissadas, que hoje são o principal instrumento de gestão da política monetária. Somente em 2022, o BC desembolsou R$ 133,22 bilhões com juros, alta de 160% em relação a 2021, quando pagou R$ 51,1 bilhões ao sistema financeiro nacional.
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“É uma opção que tem menor custo operacional e simplifica a gestão dos excedentes de liquidez bancária”, afirma Marcel Mascarenhas, ex-procurador-geral adjunto do Banco Central, atualmente sócio do Warde Advogados.
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Mascarenhas destaca que o BC sempre defendeu o caráter complementar desse instrumento, com aumento gradual de sua utilização, não necessariamente como substituição às operações compromissadas. “Ainda é algo novo, mas, a partir das informações que o Banco Central precisa prestar regularmente ao Congresso sobre o tema, será possível incrementar o debate público sobre os instrumentos de política monetária e os custos associado.”
