Exposição do caso Hytalo Santos acelerou ação de autoridades, dizem advogados
A repercussão do caso do influenciador Hytalo Santos, preso nesta sexta-feira (15), acelerou a ação das autoridades e catalisou a aplicação de medidas cautelares em processo que estava em andamento desde o fim do ano passado, segundo advogados criminalistas.
Nas imagens, o influenciador e o marido dizem seus nomes completos antes de serem informados de que estão sendo presos. Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que as imagens foram produzidas no ato da prisão para os órgãos competentes envolvidos nas investigações terem ciência das capturas.
O influenciador é investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde dezembro de 2024 sob suspeita de exploração de crianças e adolescentes e por trabalho infantil, mas o pedido de prisão foi feito pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) da Promotoria paraibana nesta sexta.
Para a advogada Priscila Pamela Santos, do que já foi noticiado, não há elementos que demonstrem situação de urgência ou iminência que justificasse, neste momento, a prisão. “A investigação já vinha sendo conduzida há algum tempo, e somente agora, após a repercussão provocada por um vídeo, é que foram adotadas medidas mais drásticas.”
“Fazendo essa intersecção entre o que aconteceu nas redes sociais, da repercussão midiática, que é o caso dele [Hytalo], do lado judicial, o juiz sempre fundamenta sua decisão com base no que tem nos autos”, diz o advogado André Bialski.
Os defensores de Hytalo e Israel reafirmam a inocência do influenciador e dizem que ele sempre se colocou à disposição das autoridades. O advogado Felipe Cassimiro disse que vai entrar com pedido de habeas corpus.
Segundo o Ministério Público da Paraíba, as apurações do caso “têm sido conduzidas com rigor técnico e respeito pela dignidade e pelos direitos das vítimas, especialmente crianças e adolescentes”. No entanto, a Promotoria aponta que “o vazamento de informações sigilosas e a execução de medidas de natureza civil, dissociadas dos métodos próprios da investigação criminal, têm prejudicado a eficiência e a segurança do trabalho investigativo, além de potencialmente expor as vítimas a novos riscos.”
