Pensionistas da Sabesp pedem à Justiça para B3 ser notificada sobre passivo
Entidade calcula que o valor a ser pago é de ao menos R$ 1,5 bilhão, podendo chegar até R$ 2,2 bilhões, enquanto o montante provisionado é de R$ 426,5 milhões
Por Taís Hirata — De São Paulo
A Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp (AAPS) pediu à Justiça para notificar a B3 sobre um passivo trabalhista que, segundo a entidade, está provisionado de forma inadequada no balanço da empresa – o que o grupo nega. A organização calcula que o valor a ser pago é de ao menos R$ 1,5 bilhão, podendo chegar até R$ 2,2 bilhões, enquanto o montante provisionado é de R$ 426,5 milhões. Hoje, as partes analisam a possibilidade de um acordo, mas a possível negociação foi jogada para depois da privatização, que deverá se concretizar em 22 de julho.
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O temor dos pensionistas é que, após a venda e a mudança da gestão, a Sabesp tente alegar que não tem responsabilidade sobre o passivo, afirma o advogado Marco Antonio Innocenti, que representa a AAPS. A alegação não seria exatamente uma novidade: em um caso correlato, a Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) tenta negar sua responsabilidade sobre passivos trabalhistas herdados da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) na privatização de 2006. Na ação, a empresa já sofreu decisão contrária no Supremo Tribunal Federal em 2020, mas ainda há recursos em aberto.
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